quinta-feira, 31 de março de 2011

homeopáticos

quando você pensa que teria sido melhor tê-lo feito há tanto tempo atrás, é porque já...

domingo, 13 de março de 2011

Análise Pelicográfica #6 - "American Psycho" (2000)

Não é o pôster oficial, mas creio ser o que mais bem cabe na história.

Título traduzido: Psicopata Americano
Direção: Mary Harron
Gênero: Ação, Drama, Suspense
Origem: EUA
Diálogo: Inglês
Duração: 1 hora e 41 minutos segundo a Wikipédia
Cor: Colorido
O download eu vou ficar devendo dessa vez, galeras. So sorry.

 Lengeda marítima: pequenos negros equivalem a link! Como considero as imagens que postei não decivas na trama, resolvi deixá-las visíveis (por preguiça de postar no Picasa, bjoux).
  Este é um filme que me lembra muito os posts da Lola, especialmente os sobre a comodidade de se ser branco, homem, heterossexual, rico, etc. Ou seja, de nacer com a vida ganha. Afinal de contas, nós pobres temos que enriquecer, todo o restante do mundo que não é caucasiano tem que se aceitar e superar os preconceitos (quando não há a exigência de embranquecimento, claro), toda mulher tem que dar muito (senão é mal comida) e ter filhos e casar (senão vira tia, aliás, tia é que ela não poder virar mesmo, se me entendem), todo gay tem que, sei lá, virar professor de português enrustido e casar com alguma mulher infantilizada.
  
 O filme, ao meu ver, vai além de uma crítica somente à elite, ou, para contextualizar / regionalizar, aos yuppies, mas sim à sociedade estadunidense, ou, por melhor dizer, à sociedade capitalista. Pois, numa sociedade socialista, espera-se que não haverá necessidade de adequação a grupos sociais. Não posso dizer quanto o âmbito cultural pois tive uma discussão infrutífera sobre o assunto e não tenho carga acadêmica razoável para me declarar sobre. Ainda assim, é inegável que o capitalismo fomenta uma opressão social para o enquadramento em padrões. Afinal de contas, é muito lucrativo promover um ideal de beleza, um produto hype, um estilo musical cool, um evento vip. No filme temos isso perfeitamente.

 O personagem principal, Patrick Bateman, é um executivo de sucesso. Não se sabe como ele chegou até onde está, mas temos pistas de que ele já vem de uma família rica (estudou em Harvard, que como todas as universidades no expoente capitalista EUA, é paga e caríssima), o que teria então facilitado sua ascensão e, claro, sido mais um motivo de opressão (afinal de contas, filho de peixe peixinho é, fruta não cai longe do galho, etc). Numa cena aos 10" (minutos), a noiva igualmente fútil de Patrick nos dá uma dica: seu pai seria então o presidente da empresa.
Branco, sarado, cabelo liso, rykoh. Só faltou ser alto e andar num cavalo branco!
  Para se enquadrar na sociedade em que vive, ou melhor, pra ser amado, e não ridicularizado, Patrick tem que passar por uma série de importantíssimas provações: conseguir reservas no melhor restaurante, fazer o melhor cartão, morar no melhor endereço, comer a melhor mulher. Fútil pra você? Não pra ele.
  Aparentemente esta é a vida que ele sempre levou, a sociedade na qual sempre viveu. Conhece pessoas da escola privada, da faculdade privada ou da empresa privada. Mas ninguém nunca perguntou a ele se era isso mesmo que ele queria. Ou, melhor dizende, nem ele mesmo sabe se era isso que queria. Algumas vezes temos a sensação de conhecer um dos seus motivos de vergonha: música brega. Patrick escuta um tipo de música que mantém só pra si, e que só demonstra quando resolve liberar-se: quando mata alguém.
Em todas as cenas que ataca alguém, sem exceção, ele dá uma aula sobre @ artista preferid@ dele. Numa das cenas faladas, ele leva uma antiga conhecida para casa, e quando começa o ritual açouguístico, a conhecida o ridiculariza pelo gosto musical dúbio. Se não me engano, é Whitney Houston a trilha sonora da carnifina. Mais tarde, quando investigado pelo assissano de alguém mais tarde comentarei sobre, o detetive mostra um CD de um dos seus artistas preferidos, e pergunta se ele gosta. O que ele responde? "Não, é 'preto' demais pra mim'. Irônico, não?
A noiva-enfeite tagarela enquanto ele escuta sua música-libertação.

Já no começo do filme vemos como nosso querido protaga tem sinais de desvio de sanidade: diversas vezes fala algo, ou pensa coisas que são, no mínimo, contundentes. Não sabemos se ele falou mesmo, ou se aquilo foi só um pensamento, como numa buatchy aparentemente GLS para a qual vão, mas que ironicamente não tem relevância na trama. Pequenos indícios de possíveis interpretações duplas.Outra coisa que é no mínimo curiosa, é uma personagem secundária, terciária ou sabe-se lá o que que aparece uma vez só na trama. Temos a impressão que Patrick a seduz, mas o que acontece com ela depois? No one knows.
vacilam sifudeo
 Num clima não muito animador temos o primeiro conflito do filme: o personagem de Jared Leto o confronta diretamente. Não obstante em ser parecido com ele fisicamente, é mais bem sucedido. É o que ele deveria ser. Tal fato deixa Patrick desestabilizado a ponto de matar mendigos na rua. A solução é uma só: Matar Leto e assumir sua personalidade. 

 Apesar de ser um crime de solução óbvia, os preconceitos e a sociedade impede que Patrick seja punido: numa crise, após matar várias pessoas na rua, ter alucinações e explodir viaturas da polícia com uma arma normal e poucos tiros (fuga da realidade?), ele confessa ao seu advogado tudo que fez. E depois, quando conversa com ele, é tudo encarado como uma brincadeira. O por quê? Porque o advogado havia almoçado com Leto 10 dias anteriores a confissão de Patrick (obviamente depois do assassinato), exatamente tal qual a desculpa dele (que Leto teria viajado a Londres). Estranho, não?

Na verdade, não era Patrick que estava fora da realidade, era a sociedade que está.
PS: me desculpem a conclusão abrupta da análise, mas estou cansado e fedido. Tem pão véi não. Vão procurar mais análises lá em outra freguesia. besitos, amo todos vocês! <3

Maneirismo

Inicialmente este post seria sobre a organização do poder na família. Nunca vi (nem pesquisei, admito) alguma lei que prevê, além de responsabilidade, autoridade aos pais sobre os filhos. Assim como não vi nenhum artigo especificando o limite desse poder, pois sabemos que pais autoritários demais criam oprimidos (orlly?) enquanto pais submissos criam filhos irresponsáveis e mandões. Não sei se falo certamente, mas tenho a impressão de que cada caso é mais frequente em determinadas classes: a de pais submissos na classe média, e a de pais opressores nas classes baixas (C, D).

Mas como isso a princípio não tem nada a ver com a Paula, a quem este post é dedicado, eu resolvi falar sobre um interesse comum: A Arte!

Queria já a algum tempo falar pra vocês, macacada, sobre o Maneirismo. Descobri nele uma inspiração fortíssima pra composição, pras cores berrantes e pra dramaticidade da cena. O nome vem do italiano Manieri, porque quando o inverno chegava os artistas ficavam junto a ti. AEUHAUEHAUE BR BR. ahahahah eu sei, sou um piadista nato. Enfim, o nome vem do italiano mesmo, mas equivale a "estiloso", pelos belos movimentos e poses realizados pelas personagens, que pareciam ter sido congelados. Também era perceptível a alteração das proporções, seja no próprio corpo, ou quanto a cena.

Pontormo - "Deposição da cruz"
Nessa obra de Pontormo vemos isso nitidamente: a composição, que ironicamente tira Jesus do centro, promove uma "espiral" que tende a prender a visão. As cores berrantes das personagens contrastam com a palidez do cadáver Cristo, que ainda aparenta uma enorme levidade, vista a posição do loiro que o carrega. Quanto as proporções, veja como a Virgem Maria ocupa um espaço de cena muito maior que o das demais personagens.

Bronzino - O Triunfo de Vênus
Essa obra de Bronzino é a minha preferida do Maneirismo. Cheia de cores, com uma composição fantástica, e cheia de elementos interpretativos. Vênus, com sua maçã de ouro, beija eroticamente seu filho Cupido. Uma boneca, ou mulher-máscara, tenta cobrir o evidente com o pano azul, mas é impedida pelo titã Cronos, reconhecível pela aparência e pela ampulheta que trás nas costas, o tempo que tudo revela. Um garoto atira flores enquanto crava o pé em espinhos. Máscaras no chão observam, ajudando na formação da composição triangular (com vértices-lados: maçã de ouro - braços de Vênus; cara-máscara horrorizada - braço forte de Cronos; face de Cronos - corpo do garoto). Atrás do garoto masoquista, a quimera, de belo rosto, oferece uma fava de mel enquanto esconde o corpo bestial e, claro, seu ferrão. A pobre mulher à esquerda, extremamente desfavorecida pela composição, é o Ciúmes, o Desespero, entre outras interpretações. Bronzino foi tão fantástico ao realizar tal obra, que todos os elementos estão no melhor lugar possível. Uma aula de composição.

O estilo é absolutamente complexo, sempre destacado devido a sua importância no questionamento dos valores renascentistas, academicistas, ao realizar obras que fugiam, ainda que levemente, ao que era engessado para se ser arte. Segundo a própria Wikipédia, a etimologia da palavra vem de "maneira", que seria verdadeiramente a maneira, o modo do artista realizar a obra. Recomendo a todos a leitura do artigo!

Paula, espero que tenha gostado! Espero também seu feedback, não só o seu, mas como o resto da macacada, imprescindível pro mantenimento desta budega.

Besitos besitos, tchau tchau! :*
PS.: Para assuntos arteísticos, crio uma nova tag: ebaeba, em homenagem à minha mais nova escola, a de engenharia ahahaha (escola essa a mais odiada pelos alunos da belas artes). Quaisquer objeções, favor tomar no koo. Grato.

terça-feira, 1 de março de 2011

Individualismo

A maior traição que se pode fazer contra si mesmo é ser colaborador. Comiserativo. Piedoso. Não seja, jamais!
A única verdade que se tem é a de si mesmo, a das vontades fortes. "Os fortes não sentem vergonha de suas vontades". Dar de si mesmo, render-se, sacrificar-se, isso tudo é eufemismo pra "se fuder" que a Igreja Católica mais adora. Taí Jesus. Foi tratado como impostor, ignorado pelo Pai, ridicularizado pelos seus protegidos, e hoje ainda é posto em dúvida. Tem gente que nem acredita que existiu. Eu não sei se existiu ou não, se foi ou não, mas o que importa é a lição de moral: seja bondoso e vão crucificar-te e tratar a mulher que chupava seu pau como puta e indigna.

ps.: não quis, por um acaso, fazer apologia à "transformação mulher e do prazer por essa produzido em objetos  de consumo pelo homem". Na verdade o "mulher que chupava seu pau" foi só uma metáfora pra mulher a qual você amava. Mas interpretem do jeito que quiserem, não tô escrevendo isto pra vocês, seos vacilam.