domingo, 13 de março de 2011

Maneirismo

Inicialmente este post seria sobre a organização do poder na família. Nunca vi (nem pesquisei, admito) alguma lei que prevê, além de responsabilidade, autoridade aos pais sobre os filhos. Assim como não vi nenhum artigo especificando o limite desse poder, pois sabemos que pais autoritários demais criam oprimidos (orlly?) enquanto pais submissos criam filhos irresponsáveis e mandões. Não sei se falo certamente, mas tenho a impressão de que cada caso é mais frequente em determinadas classes: a de pais submissos na classe média, e a de pais opressores nas classes baixas (C, D).

Mas como isso a princípio não tem nada a ver com a Paula, a quem este post é dedicado, eu resolvi falar sobre um interesse comum: A Arte!

Queria já a algum tempo falar pra vocês, macacada, sobre o Maneirismo. Descobri nele uma inspiração fortíssima pra composição, pras cores berrantes e pra dramaticidade da cena. O nome vem do italiano Manieri, porque quando o inverno chegava os artistas ficavam junto a ti. AEUHAUEHAUE BR BR. ahahahah eu sei, sou um piadista nato. Enfim, o nome vem do italiano mesmo, mas equivale a "estiloso", pelos belos movimentos e poses realizados pelas personagens, que pareciam ter sido congelados. Também era perceptível a alteração das proporções, seja no próprio corpo, ou quanto a cena.

Pontormo - "Deposição da cruz"
Nessa obra de Pontormo vemos isso nitidamente: a composição, que ironicamente tira Jesus do centro, promove uma "espiral" que tende a prender a visão. As cores berrantes das personagens contrastam com a palidez do cadáver Cristo, que ainda aparenta uma enorme levidade, vista a posição do loiro que o carrega. Quanto as proporções, veja como a Virgem Maria ocupa um espaço de cena muito maior que o das demais personagens.

Bronzino - O Triunfo de Vênus
Essa obra de Bronzino é a minha preferida do Maneirismo. Cheia de cores, com uma composição fantástica, e cheia de elementos interpretativos. Vênus, com sua maçã de ouro, beija eroticamente seu filho Cupido. Uma boneca, ou mulher-máscara, tenta cobrir o evidente com o pano azul, mas é impedida pelo titã Cronos, reconhecível pela aparência e pela ampulheta que trás nas costas, o tempo que tudo revela. Um garoto atira flores enquanto crava o pé em espinhos. Máscaras no chão observam, ajudando na formação da composição triangular (com vértices-lados: maçã de ouro - braços de Vênus; cara-máscara horrorizada - braço forte de Cronos; face de Cronos - corpo do garoto). Atrás do garoto masoquista, a quimera, de belo rosto, oferece uma fava de mel enquanto esconde o corpo bestial e, claro, seu ferrão. A pobre mulher à esquerda, extremamente desfavorecida pela composição, é o Ciúmes, o Desespero, entre outras interpretações. Bronzino foi tão fantástico ao realizar tal obra, que todos os elementos estão no melhor lugar possível. Uma aula de composição.

O estilo é absolutamente complexo, sempre destacado devido a sua importância no questionamento dos valores renascentistas, academicistas, ao realizar obras que fugiam, ainda que levemente, ao que era engessado para se ser arte. Segundo a própria Wikipédia, a etimologia da palavra vem de "maneira", que seria verdadeiramente a maneira, o modo do artista realizar a obra. Recomendo a todos a leitura do artigo!

Paula, espero que tenha gostado! Espero também seu feedback, não só o seu, mas como o resto da macacada, imprescindível pro mantenimento desta budega.

Besitos besitos, tchau tchau! :*
PS.: Para assuntos arteísticos, crio uma nova tag: ebaeba, em homenagem à minha mais nova escola, a de engenharia ahahaha (escola essa a mais odiada pelos alunos da belas artes). Quaisquer objeções, favor tomar no koo. Grato.

Um comentário:

  1. Amei! Fantástico!
    Obrigada. (x
    Alegoria do triunfo de Vênus é perfeito. ~:

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ativas.