segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Nostálgica fruta

Minha casa é Mangueira. Verde e Rosa. Verde da folha, Rosa da fruta. Em casa temos uma senhora, sexagenária que esconde sua idade debaixo da sombra da cabeleira frondosa, que nessa época do ano se enfeita com vários brincos-penduricalho e colares-pendentes e terços de contas barrocas em seu verde-róseo e impressionistas nas suas pintas rosas-verdejantes. Diástoles doces e sístoles azedas contidas em cada fio da renda interna dos corações-de-mãe que se amontoam como tri, quadri, miligêmeos no cordão umbilical, de pele assim tão macia pra seduzir o dentes mais que qualquer maçã abestalhada. No final cada mordida é um passar de fio dental inverso, sedimenta-se as entradas da muralha-arcada ao invés de desentupi-las. A mais (doce) (bem sucedida) (carnavatropicalesca) operação tapa-buracos que se tem notícia! Tão proativas quanto qualquer bacilo-vibrião-bastonete, as estafilococos estabanadas adiantam-se à queda e brotam antes de se soletra \man\<péde>\ga\. De fato, trocam os pés pelas mãos. Ah, se Newton comesse mangas. Nunca teríamos um físico, mas sim um filósofo, um poeta, um mestre-cuca, mas antes de tudo um glutão, apaixonado com a sede da queda contida em cada um desses corações. Nietzsche, então, nunca seria o velho-babão de misantropia, mas antes um velho-babado de manga. Ele certamente não diria de monstros e dos seus abismos, mas sim de mangas e dos seus abismos contidos. Nem mousse, nem chutney, nem Tommy. Manga boa é manga de pé, manga de fibras mais longas que a cabeleira de Yemanjá. Mais longas que as de qualquer papel metido a gueixa.

Quem sabe o texto continue. Que seja feito os fios de manga; Estendem-se em comprimento, estendem-se em conjunto, estendem-se nos outros!

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