sábado, 17 de setembro de 2011

Onda ou nado

Deixa eu te moldar com as mãos. Deixa eu te moldar com o coração. Você é assim, argila. Só me explica se és feito de pena ou de barro. Quero saber se é assim Anjo, pra eu me agarrar a cada pena solta de me deixar levar na brisa dos seus beijos. Quero saber se é assim Homem pra eu não me lavar do seu rastro de mão, pra eu me deitar na contraforma do teu abraço, e por minha alma na bolha de ar do seu coração. Deixa eu catar suas pedras, deixa eu te deixar assim molim com o vinho da minha paixão, ébria. Me apaga o fogo e deixa acesa assim a minha brasa com seu canto de ar suave. Não me peça pra mergulhar nesse seu manguezal, qu'eu fico assim perdido, me agarro às suas raízes aéreas, acabo caranguejo andando de lado na pista do nosso caminho. Não me peça pra pular do precipício, nem pra olhar pro abismo, ele olha de volta. Não me peça pra ficar debaixo da sua asa, que não aguento mais essa sua sombra que te finge, mas que só permite um carinho no chão. Não me permita nunca te queimar com o fogo do meu amor, mas nunca se esqueça da minha forma... não te aguento assim, chão. Não me permita nunca te engaiolar, que senão acabo preso do lado de fora.

Me diz como será o amanhã pr'eu esperar alguma coisa. Ou nada.

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