domingo, 26 de dezembro de 2010

Análise Pelicográfica #4 - "Tacones Lejanos" (1991)

Título traduzido: De salto alto
Direção: Pedro Almodóvar
Gênero: Drama, Ação, Comédia (Almodóvar né, porra)
Origem: Espanha
Diálogo: Espanhol
Duração: 1 hora e 49 minutos (na Wiki tá 112 minutos, mas creio que devem ter desconsiderado os créditos)
Cor: Almodóvar (sinceramente, nunca vi nenhum filme dele que não usasse e usasse - porque ele sabe usar na medida - as cores!)
Formato: RMVB
Link: De novo eu linkando o Cinema Cultura sem colocá-lo no blogrolla. Foda, viu.

Legenda pro spoiler: em negrito + sublinhado = link.

 Olha, se quiser ler o spoiler ou qualquer outra coisa vai ver o filme, seus vagabundo! É tão exageradamente bom que não importa o que eu escreva vocês tem que ver o filme antes. Tá, Afonso, spoiler Por que será que ouvimos tanto falar de Má Educação, Carne Trêmula, Fale com Ela e não dos outros filmes? A resposta é óbvia: porque esses são os mais populares. Mas, taí, populares pra quem? (pro povo, duh). Assisti ontem o Carne Trêmula, que em breve analisarei também, e, além daquele jeitão à lá Quadrilha do Drummond, não vi muita coisa. Tá bom, tem os bofes e os bofes (apesar de que um único bofe de Tacones já desbasta os dois, ainda mais jovem), além das personagens ótimas de sempre e da fotografia maravilhosa igualmente de sempre, mas, além dos "de sempre", em Tacones eu as achei ainda mais latejantes! O filme também tem um roteiro ex-ce-lente! Não se deixem enganar pelo simplismo da sinopse do Cinema Cultura (que eu suspeito ser propositado), nunca espere coisas superficiais vindas do Almodóvar. Bom, em síntese, o filme traça a relação entre uma atriz/cantora ídolo do pop español e sua filha, âncora de um jornal importante. E digo a relação não por esta estar em primeiro plano ou qualquer coisa assim, mas sim porque o motivo do filme É a relação, tanto que acaba o filme com a morte da mãe. Como era de se esperar, a relação entre ambas é minada pela carreira da mãe, que pesar de ausente é indubitavelmente louca pela filha. Após a menina, aos doze anos, matar o padrasto ao pôr tranquilizantes no lugar de energizantes (?) que seriam usados numa viagem, a mãe viaja para o México, quebrando com a promessa feita para a filha de estar mais presente. Vemos que a presença prometida é a espiritual, porque a bandida fica fodendo QUINZE anos fora, perdendo toda a adolescência da filha. Ao voltar a casa filha pródiga, a mãe é pega de surpresa pelo casamento da filha com um antigo amante, Manuel. De cara já percebemos como a relação das duas tem algo além. Mal chega à pátria-mãe e a filha a leva pra ver uma travesti (ou seria drag? o filme só a coloca como trava) que interpreta os seus principais papéis/fases, a contragosto do marido, que sabe-se lá porque odeia a trava. Também já estranhamos algo nessa relação. Depois da apresentação e de uma breve conversa entre os personagens, a filha, Rebeca, vai ajudar a trava, Letal (originalmente Femme Letal), ajuda essa que consiste numa foda rapidinha. Agora faz todo sentido o ciúme do Manél, não? ahahahaha! Bom, nos interstícios da estréia e reambientação de Becky (a mãe) à cidade e ao circuito teatral desta,   Manél é assassinado! QUERO IBAGENS QUERO IBAGENS! Realmente temos a ibagem do pobre Manél, corno e matado, deitado na cama em seu pitoresco roupão pink embebido em sangre latino. Logo tenemos un novo personagem em cena: Bofe a.k.a Juiz Dominguez, que passa a investigar (esse Juiz é como o nosso Delegado). A princípio nenhuma das três suspeitas assume: nem a assistente "tradutora de surdo-mudo" do jornal de Rebeca, que a traia com Manél para roubar seu lugar de âncora, nem Becky, que também traía Rebeca, e muito menos Rebeca, traíra de Manél. Contrariando o esperado, Rebeca vai apresentar o jornal na noite da morte de Manél, e em mais uma das cenas geniais que Almodóvar pari, Rebeca lê a nota de falecimento do próprio marido, dono da emissora, e assume seu assassinato!? Pois é, ela estava mentindo. Oooh. Hi-lário a tradutora-traidora-poota traduzindo a "auto-acusação" da chefe e apontando pra ela pra não ter maus-entendidos! ahahaha! Então, logicamente, Juiz Dominguez manda prendê-la, em rede nacional, excelente, né? Maaas, Juiz no lo cre e quer soltá-la a todo custo, huuuum, sei. Maaas, porra! A amapôa assumiu a culpa em rede nacional, aí é demais, né? Vai presa. Ah, sim, mais uma do bofe-juiz-anjo.da.guarda (a.k.a 'quero.comer.sua.prexereca'): ele simplesmente sabe do rolo de Letal e Rebeca, então, ou Letal é informante do Juiz, ou... .Aí Rebeca passa um tempinho na cadeia, enquanto Juiz faz de tudo pra liberá-la, porque simplesmente não acredita que ela é a culpada, pensando que está lá no lugar da mãe, Becky. Então arranja uma visitinha esperta de Becky pra sua filha, e quando essa confessa que não... peraí, que NÃO COMETEU O ASSASSINATO?! Pois é, nem ela nem su madrecita são as assassinas. Mas então por quê ela se deixou prender? POR QUE DEABOS ELA ASSUMIU ALGO QUE NÃO FEZ? Aí Rebeca explicita algo que já farejávamos há algum tempo: ela vivia numa constante disputa com a mãe, disputa daquela entre mulheres mesmo, sabe? E ela ter seduzido Manél seria seu único trunfo, que seria apagado com o divórcio que esse tanto queria. Antes passar alguns anos na cadeia que invalidar toda sua vida, não? Complexo de Édipo manda besos. Oscar pra Rebeca, que é rapidamente liberada. Chegando em casa, Rebeca desparafusa seu televisor e... OPA! QUE ISSO AÊ!? A PISHTOLA DE MANÉL?! Pois é, Rebeca havia mentido, ela matou sim Manél. PORRA. Enfim, nesse meio tempo todo ela descobre que está grávida, e só pode ser de... Femme Letal! AHAHAHHAA! Então Juiz (que descobrimos que se chama Júlio, não me lembro quando) arranja um encontro entre Letal e Rebeca a.k.a Escola Fernanda Montenegro de Atuação. Rola a performance, Rebeca vai no camarim dar uma rapidinha falar com Letal e... Oooh! Letal é nada mais nada menos que bofe-anjo.da.guarda-Juiz! E diz que se chama Eduardo, então, qué dizê... Agora Juiz-Femme-Letal-Eduardo saber da foda faz todo sentido, né? Nem te conto. Então, depois de acabada toda a novela, Rebeca vê pela tevê que sua mãe sofreu um infarte durante a apresentação e estava no hospital. Querendo saber a verdade antes de morrer, Becky pergunta a sua filha sobre o assassinato, e ela confessa. Pra amenizar todo o mal que lhe fez em vida (que mal? Ela nem estava presente!), Becky pede a pishtola do finado Manél, e nela põe suas digitais, morrendo pouco depois. cabô.

Gente, Epic of Epicness! Eu já sabia que tinha alguma coisa com Almodóvar quando vi "Tudo sobre minha mãe" aos, sei lá, 10 anos e cry.he.a.river. Almodóvar, obrigado por existir!

2 comentários:

  1. Nossa, eu realmente quero assistir esse filme faz um bom tempo. E o nome da série é Misfits mesmo, hahaha. E é ótima! ^^

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  2. Pois veja, Paula! :}

    ahahaha gente, já ouvi até que teria um filme.dessa.série.com.nome.de.banda.inspirada.em.filmes! Mindfuck nem nada, né...

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ativas.